É PRECISO CORAGEM !

quarta-feira, 8 de maio de 2013 Comments

Por Nailson Castro

Com uma semana de atraso, finalmente me bateu o vento da inspiração para o artigo semanal. Foram muitos dias de reflexão sobre as reações causadas pelos nossos artigos anteriores.  Dezenas de reações a favor e uma, infeliz e infantilmente, contra.
Um dos artigos mais polêmicos com certeza abordou o tema do Jornalismo Esportivo!  E não que aqui no Brasil a livre expressão seja proibida abertamente. Abertamente não é! E nem tampouco que o Jornalismo Esportivo seja uma ciência diferenciada das demais. Não é! É simplesmente uma questão de ego. A vaidade desse jovem editor, de cabelos indecisos e caretas ao falar, é maior do que ele mesmo e por isso ele se acha no direito de ofender diretamente quem o critica, sem ter onde se apoiar ou se garantir.És premiado? Onde? Por quem? Qual o nome do prêmio? Quem julgou? A mim interessa o reconhecimento positivo do público !
As críticas que fazemos, não são pessoais, mas contra o sistema. Nunca citamos, apesar de sabê-los, nomes de chefes editoriais. Mas independente da origem do seu diploma, experiência profissional ou mesmo de sua criação(berço de ouro), nenhum editor-chefe está imune às observações, positivas ou negativas, do público. Ser criticado não dá o direito de ofender. Sobretudo porque falta a esses editores o ingrediente mais essencial para um bom e verdadeiro jornalismo, o “compromisso” com a sociedade que o cerca. E além desse, falta também a “boa vontade”!


Nosso jornalismo esportivo é sim um grande contribuinte para a falência do nosso futebol e para a manutenção dos esportes amadores como estão, com pires nas mãos. É um processo histórico e que ganha continuidade. Lá atrás, o que faziam e o que fizeram nossos editores que não denunciaram o início da decadência?  E hoje o que eles fazem? É importante fazer o paralelo com o jornalismo esportivo internacional, que interfere na FIFA, no COI, que manda dirigentes e árbitros para a prisão pela manipulação de jogos! Repito: O que fazem nossos editores?
O círculo, que deveria ser virtuoso, é vicioso. E começa no meio do processo: O editor! Acima estão os chefes de redação e os donos das empresas jornalísticas. Abaixo os repórteres. O editor direciona tudo para os times do patrão, que são do eixo Rio-São Paulo e cobra a mesma postura dos repórteres, que só fazem matérias que agradem aos chefes e nesse jogo de agrados, quem perde é o esportista, o desportista e consequentemente nossa sofrida sociedade.
Nosso admirado Israel Barreto, temido no tênis de mesa brasileiro, acabou sua carreira sendo supremo diante do maior mesa-tenista brasileiro(estatisticamente falando), Hugo Hoyama. E não foi pra jogos olímpicos porque não recebeu apoio de nossas empresas, de nossas prefeitura, de nosso governo. E nossos editores fizeram o quê ?
A jovem nadadora Ana Alice Lopes, 15 anos, quebrou todos os recordes nas provas que participa. Durante meses, juntamente com os pais, buscou apoio para continuar morando em Manaus e representando o Amazonas. Não conseguiu e já mora em Minas Gerais. Perdemos mais um atleta olímpico! E nossos editores fizeram o quê contra isso?
Nossas delegações esportivas fossem de caratê, taekwondô, judô, atletismo, vôlei, handebol etc., durante anos foram diminuídas/cortadas no saguão do aeroporto, quando iam viajar para representar o estado e/ou município. E os mesmos que diziam não ter dinheiro para passagens aéreas, pagavam R$ 300 mil por um único jogo na Copa do Brasil. E os nossos editores fizeram o quê?  Nenhuma denúncia, nenhum questionamento e nem sequer publicaram a opinião dos amazonenses!
A Federação Amazonense de Futebol, após tantos anos sob o mesmo domínio, sofreu intervenção do Ministério Público. O interventor indicado pela CBF é o mesmo cidadão que ocupa o cardo de presidente há 20 e pouco anos. E nossos editores? Nada fazem porque vai desagradar um dos donos, ligado aos demais donos pelo sindicato patronal.
A Liga Náutica do Amazonas, sob o comando de Manasse Barbosa, colocou atletas amazonenses nos primeiros lugares do “remo” brasileiro, principalmente Ailson Eráclito. Mas eles, os nossos atletas, representavam o Pará. Isso mesmo! Moravam e treinavam aqui em Manaus e viajavam para representar a Tuna Luso de Belém (façam pesquisa na internet). E a secretaria de estado de esportes, equivocadamente, só ajudava a Federação Amazonense de Remo, com seus poucos e parcos resultados. Qual campanha contra isso foi desenvolvida por algum de nossos editores?
Nossos super heróis, que já provaram seus valores e que deveriam ter seus exemplos de vida como incentivo para a juventude, estão no esquecimento. Alexon Maximiliano do atletismo, Jeferson Marcarenhas da natação, Luizão do volei, Marcelo Madona, Nilo e Pica-Pau do futsal, Gilmar Popoca do futebol...Todos esquecidos! Essa semana o atleta Pimpolho, ao qual tive a honra de conduzir em meu carro diversas vezes para os jogos nas quadras de Manaus, acabou de ser convocado para a Seleção Brasileira de Futsal. O que fizeram a respeito? Nada! Assim nossos editores tratam nosso ídolos!
São muitos os exemplos ruins. É grande a história para que eles mudem a postura. Nosso esporte precisa, pois somos o único poder (4º) acessível aos mais de 150 mil jovens federados que praticam esportes. Temos 63 federações esportivas ávidas por desenvolvimento e este, passa necessariamente pelas coberturas jornalísticas.
As grandes empresas do mundo desenvolvem projetos beneficiar a sociedade. É a famosa contrapartida! Já chegou a hora dos nossos veículos de comunicação colaborarem com nosso desporto. Mais do que matérias, é uma obrigação! Ação contínua e duradoura! A eles, editores, desejo coragem para mudarem o que está errado! A mesma coragem que permite aos nossos desportistas seguirem adiante, todos os dias, no anonimato!

Fonte: CORREIODAAMAZONIA.COM.BR

 

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