O futebol amazonense
vai muito bem, obrigado! Não é ironia – o nosso futebol realmente é grandioso,
sendo o assunto do momento em inúmeros bairros da cidade. É claro que não estou
me referindo ao futebol dos nossos clubes federados, mas a um
importante segmento deste esporte praticado por aqui – o futebol amador.
Bem que essa construção poderia representar a reconstrução do nosso futebol...! |
O futebol amador é
praticado em todos os cantos da capital e em todo o Amazonas. Não é a toa que
temos o maior campeonato de peladas do mundo, o Peladão. Agora mesmo, na
maioria dos bairros de Manaus, algum tipo de torneio ou campeonato de futebol
adulto, máster ou juvenil está em andamento. No exato momento em que acontece, em
alguns campos, jogos do Peladinho (futebol sub-14), em outros vai estar rolando
a Copa Amadeu Teixeira, também de futebol de base. E, mesmo desconsiderando essas centenas de jovens
jogadores desses torneios citados, sobram ainda outras centenas de garotos disputando
a Copa Bom de Bola, do Governo do Estado. Por isso, podemos tranquilamente afirmar
que o futebol amador amazonense é forte, sendo o esporte em questão possuidor do maior
número de praticantes.
Assim sendo, podemos
afirmar que o semiprofissional futebol amazonense, representado por nossos
clubes locais, tem praticamente já garantido um importante ingrediente para se
profissionalizar e voltar a crescer: o material humano (ou craques, em
potencial). E, logicamente, esse item está diretamente relacionado com um dos
principais alicerces do futebol profissional: o futebol de base.
Contudo, o tratamento
sério e profissional dado ao futebol de base é apenas o primeiro quesito a ser
considerado, visando à construção de um novo e grande futebol amazonense. Na
verdade, a lista completa de ingredientes a serem usados para a plena
profissionalização do futebol amazonense deve, no mínimo, ser composta dos seguintes
itens:
1) Organização, de
fato e de direito, dos clubes federados.
2) Valorização do
futebol de base, visando um maior índice de formação de jogadores
profissionais, inclusive de ídolos locais capazes de gerar novos torcedores.
3) Ações sociais, de
marketing e de mercado visando a reconquista dos nossos jovens e demais
torcedores locais, inclusive com a participação do Estado, que passaria a usar
sua influência para promover a imagem do futebol e dos clubes, ao invés de
bancar times em campeonatos nacionais.
4) Criação de
alternativas de retorno financeiro para patrocinadores e investidores.
5) Criação de lei de
incentivos fiscais municipais e estaduais para pessoas físicas e jurídicas que investem
no futebol de base.
A lista acima pode ser
ampliada, mas a síntese de tudo é a seguinte: a reconstrução do futebol
amazonense não pode acontecer sem a quebra de alguns paradigmas. O primeiro a
ser quebrado é a falta de coragem ou interesse da maioria dos dirigentes de
clubes em adotar algumas das medidas acima citadas. Tal omissão é justificável,
em parte, pois os mesmos, de modo heroico e miraculoso, mal conseguem colocar
seus times em campo, em um campeonato comprovadamente deficitário. Mas, mesmo
assim, esse paradigma pode e precisa ser quebrado. Porém, isso somente pode
acontecer com a participação de todos os segmentos vinculados direta e indiretamente
com o futebol – Federação, clubes e torcedores, bem como autoridades, empresários
e imprensa. Enfim, sem um grande pacto pelo futebol amazonense, que envolva um
efetivo compromisso desses segmentos, nunca teremos qualquer perspectiva de
reconstrução ou profissionalização desse esporte.
E o Site Futebol
Amazonense deixa a seguinte pergunta no ar: todos ou, pelo menos, a maioria dos
segmentos acima citados tem real interesse em revolucionar o nosso futebol? Se
têm interesse, estamos totalmente dispostos a somar forças e fazer parte dessa
nova história. Inclusive, a partir de agora, já aguardamos contato. Se não têm
interesse, tudo bem! O nosso futebol, o amador, continuará indo muito bem,
obrigado! E o futebol profissional dos clubes nacionais e internacionais, continuará
cada vez mais soberano por aqui.