Projeto que usa o ‘Bom de Bola’ para ajudar clubes amazonenses tem o primeiro impasse

       O impasse foi gerado ontem, durante reunião com os dirigentes dos clubes do Amazonas. É que a Série A tem atualmente apenas oito equipes definidas e duas vagas em aberto, que serão preenchidas pelo campeão e vice da Série B, que começa em agosto. Representantes do Rio Negro e Holanda, ambos da segunda divisão, propuseram o uso dos 50 núcleos entre todos os clubes profissionais do Estado, independente da série do campeonato. A proposta vai ser estudada.

"Acredito que times tradicionais como o Rio Negro, apesar de estarem na segunda divisão, precisam ser incluídos, por tudo o que contribuíram na história do desporto", sugeriu o presidente do Nacional, Luís Mitoso. Já o cartola do Princesa do Solimões, Modesto Barroso, apoiou plenamente e ainda mostrou cordialidade com o rival vizinho. "Tenho certeza de que o caminho é esse e, mesmo em Manacapuru, teríamos grande potencial a explorar. Tanto o Princesa quanto o Operário seriam extremamente beneficiados com isso", opinou.

A proposta inicial era privilegiar apenas os dez clubes da Série A do Campeonato Amazonense com a divisão dos núcleos do programa social Bom de Bola. Mantido com patrocínio da Pepsi (R$ 1,2 milhão para a compra de coletes, bolas e operacionalidade) e ajuda de custo do governo do Amazonas, o projeto proporciona atividades de futebol para jovens de 10 a 16 anos de idade em 50 núcleos com aproximadamente 200 participantes cada um. A Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer (Sejel) propôs ceder o programa para os clubes formarem times de base.

Com a cessão dos garotos do Bom de Bola, os clubes podem formar times para os campeonatos Infantil e Juvenil sem nenhum custo. “Cada núcleo do Bom de bola terá uma faixa para identificar o clube responsável pela área, e todos os coletes utilizados pelos participantes terão nas costas o escudo do time”, explicou o secretário de Esporte, Júlio César Soares. Segundo ele, essa extensão do projeto será um meio de criar identificação dos jovens com os times locais.

O compromisso dos clubes é em garantir a participação nos campeonatos de base. Atualmente, apenas quatro agremiações vão disputar o Estadual de Juniores. Os demais desistiram porque não têm condições financeiras e estruturais para bancar as equipes. O clube que não utilizar os atletas do Bom de Bola será excluído do projeto.

A responsabilidade dos clubes em revitalizar o futebol amazonense foi enfatizada pelo presidente do Holanda, Paulo Radin. “Os responsáveis pela decadência do futebol amazonense são os próprios dirigentes”, declarou Radin, numa autocrítica.

Um Primeiro Passo

Segundo o titular da Sejel, Júlio César Soares, o prazo destinado à elaboração do planejamento é de 60 dias, distribuídos entre reuniões tematicamente específicas.  "Existem nossos pontos básicos, como a concessão de campos de treinamentos para os time que não tem, plano de apoio às equipes por meio de um fundo financeiro e, é claro, a ligação com o Bom de Bola", citou.  "Tratamos primeiro da questão da base, porque é um assunto que pode ser solucionado rapidamente. Vejo potencial nesses garotos e acreditamos que o futuro da modalidade pode estar nos pés deles", encerrou.

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Fonte: Amazonas Em Tempo / Diário do Amazonas / FUTEBOLAMAZONENSE.BLOGSPOT.COM