Clubes amazonenses poderão formar times com custo zero

domingo, 30 de maio de 2010 Comments

projeto bom de bola       A Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer colocou à disposição dos clubes o projeto social 'Bom de Bola'. O programa, que desenvolve o futebol entre garotos de 8 a 17 anos de idade, tem orçamento para este ano de R$ 832,184 mil. Os clubes amazonenses podem tirar atletas do projeto e formar times a custo zero.

julio cesar "Já fizemos várias reuniões com os clubes de forma planejada a sair dessa situação e qualificar o futebol  amazonense. É uma medida que vamos propor aos clubes", ressaltou o secretário de Esporte, Júlio César Soares.

Oito clubes da primeira divisão serão os primeiros a tirar proveito da oferta. "Já temos toda a infra-estrutura pronta, como locais para treinos, material esportivo e uniformes. Basta aos clubes quererem usufruir do espaço do programa e aproveitar nossos jogadores", disse Júlio César Soares. "Os clubes vão ter apenas que atuar para que sejam seus núcleos, sem custo de nada, para que haja uma organização das bases, a fim de identificar talentos e promover a disputa de categorias inferiores", completou.

O Bom de Bola, criado em 2004, atende mais de dez mil crianças e adolescentes. A maioria são jovens de família de baixa renda. Na parceria com os clubes profissionais, os 50 núcleos do projeto governamental ativos em Manaus serão divididos igualmente entre os dez times que comporão a Série A do Estadual do próximo ano. A faixa etária escolhida será entre 12 e 17 anos.

"Serão cinco núcleos para cada clube coordenar, tendo a identificação nos uniformes dos times profissionais a qual pertencem. Oito times já podemos contar com esses atletas (Nacional, Fast, São Raimundo, América, Manaus Compensão, Princesa do Solimões, Sul América e Peñarol). Os outros dois serão definidos após a Série B deste ano, quando subir dois times para o Amazonense", explicou o secretário.

Em cada núcleo do projeto, conforme Soares, treinam de 100 a  200 garotos e garotas. "Isso dá uma média de mil jogadores para os clubes procurarem os atletas com potencial para reforçar o plantem deles", afirmou Soares. Ou seja, é tudo que os clubes queriam.

A idéia é boa, mas clubes precisam mudar gestão

carlos prata       A intenção de pôr o Bom de Bola à disposição dos clubes é das melhores. "Esta união criará um vínculo das nossas crianças com os times da terra. Vamos recuperar a identidade cultural dos jovens daqui com o futebol amazonense e vamos criar uma base regional forte capaz de pôr fim à 'importação' exagerada de alguns clubes na categoria profissional", afirmou o secretário de Esportes, Júlio César Soares.

Dependendo dos recursos públicos para disputar competições, os clubes não terão gastos com transporte, uniformização e treinamento de atletas. Isso pode gerar falta de compromisso dos clubes com as categorias de base. Nacional e São Raimundo são praticamente os únicos que mantêm um grupo regular. Também gostaram da iniciativa.

Para o presidente do São Raimundo, Antônio Maranhão, a parceria pode dar certo. "Para nós, é interessante, porque os garotos agora terão a expectativa de jogar por um clube profissional e não ficarão sem fazer nada no futebol depois de sair do projeto", disse. A opinião é compartilhada pelo diretor de Futebol do Peñarol, Francisco Grana. "É uma luz que está se estendendo, porque se o garoto não virar um profissional ao menos será um cidadão", afirmou Grana.  

"Tudo que vier para somar ao futebol local é bom. Não será a redenção, mas é uma base para agregar valor ao clube. Isso revitaliza o nome do clube e cria uma identidade com os jogadores voltando a 'vestir a camisa por amor'", acredita o presidente do Leão, Luís Mitoso. Mas Mitoso reconhece que os dirigentes precisam mudar a fórmula de gerir os clubes. "Falta reestruturação. Veja o caso do nosso representante na Série D, o América, que não tem campo para treinar e nem sede própria, problemas comuns na maioria dos clubes. As diretorias precisam sair do amadorismo".

No América, a presidente Bruna Parente acredita que isso vai favorecer os clubes. "Precisamos desse incentivo, porque é bom formar atletas e dar o valor aos nossos. Assim, não ficamos nessa loucura e dependência de procurar jogadores de fora (do estado)", acredita. Para o técnico do América (Manaos), Sérgio Duarte, formado nas categorias de base do Nacional e que fez carreira na Europa como jogador, a parceria terá resultado motivacional. "Sei de garotos que se destacaram no projeto "Amazonas na Copa (da qual o treinador é coordenador) e que não estão mais em Manaus. Jogam em outros estados", disse Duarte. "O garoto sabendo que vai disputar um Estadual do infantil, juvenil ou junior ficará super animado com a chance de atuar por um clube porque estará formando seu futuro profissional", acredita Duarte.

Fonte: Diário do Amazonas / A Crítica / FUTEBOLAMAZONENSE.BLOGSPOT.COM

 

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