Neste dia nasceu ‘Gatinho’

      Exatamente hoje, em 1928, nascia em Manaus um dos maiores zagueiros do futebol amazonense. Excelente nas bolas pelo alto, quase sempre saltando de braços abertos com a preocupação de não tocar no adversário. Era jogador técnico, leal e admirado até pela torcida contrária, em razão do modo elegante como se portava em campo.

Gatinho começou no time suburbano do Manaus Sport, em 1947, participando também de peladas no antigo campo do Rapapé, no início da rua Leonardo Malcher. Um campinho que aparecia quando da vazante do rio.

Em 1947 estava no time juvenil do Olímpico Clube, que na época tinha sua sede na rua Leonardo Malcher, com a avenida Constantino Nery e nesse mesmo ano sagrou-se campeão da cidade na equipe principal, ao lado de Luizinho,Caçador, Tuta, Omar, de seu irmão Gato, Dog, Cabral, Raimundo Rebelo, Silvio, Juvenil, Rui, Marcilio, Zé Luiz e ainda do goleiro Théo. O Olímpico foi campeão invicto dessa temporada

Gatinho jogou ainda na equipes principais do Fast, Barés, Auto Esporte e foi figura obrigatória das seleções do Amazonas a partir de 1950, formando zaga com Jayme Rebelo, Guarda ou Jaime Costa, sempre como titular até 1960.

Aconselhado por amigos, certa vez Gatinho viajou para o Rio de Janeiro a fim de tentar a sorte no futebol carioca. Aceitou o convite do São Cristóvão e participou de alguns amistosos até que o time carioca foi cumprir um jogo na cidade mineira de Tombos. Gatinho sofreu uma contusão e resolveu voltar a Manaus. Ainda jogou por muito tempo. Seu último jogo oficial foi com a camisa do Auto Esporte, no dia 15 de julho de 1962, no campo da Colina, estádio Ismael Benigno, enfrentando o São Raimundo que terminou em 3 a 3.

Faleceu no Rio de Janeiro, acometido de leucemia, no dia 9 de maio de 1963, aos 35 anos de idade. O corpo de Gatinho foi sepultado no Rio de Janeiro, mas oito meses depois, seus amigos futebolistas de Manaus, a frente o antigo goleiro Sandoval, promoveram uma campanha com o objetivo de trasladar os restos mortais do antigo zagueiro, para ser sepultado em Manaus, o que de fato ocorreu. Na quadra 4, jazigo número 742, do Cemitério São João Batista, Gatinho desceu para a sua derradeira morada. 

O antigo goleiro e companheiro de Gatinho, contou um fato que chamou a atenção dos que estavam aguardando o desembarque do ataúde que trazia o corpo de Gatinho, procedente do Rio. No exato momento em que era retirada a urna, um amarrado de bolas de futebol que vinha como carga no avião, estourou e as bolas, sem ar, espalharam-se por sobre o caixão fúnebre de Gatinho.

Gatinho foi campeão amazonense pelo Olympico em 1947 e pelo Auto Esporte, em l956 e 1959. Vestindo a camisa da Seleção do Amazonas, contra o Pará, foi titular de 1950 a 1960.

Fonte: Baú Velho