Nacional se despede de forma vergonhosa
Acredite se quiser. O Nacional se despediu de forma vergonhosa do Vivaldão (que será demolido no final do ano), ao ser goleado pelo Cristal, do Amapá (AP) por 5 a 2. E o ilustre representante amazonense, com o apoio do Governo do Estado, só precisava de um empate para continuar na Série D, fim de fila do Campeonato Brasileiro.
Incompetência é pouco para tentar definir o que aconteceu com o time azulino, que abriu vantagem de 2 a 0 no primeiro tempo e, no segundo, levou cinco gols, todos pelo lado esquerdo, todos em contra-ataque e quase todos pelo mesmo jogador, Max Jari, que fez três. Os outros foram de Paulinho Guerreiro e Demir. Felipe Mamão e Maico Gaúcho haviam alimentado a esperança de classificação para a terceira fase, no primeiro tempo.
O resultado afasta o futebol amazonense do circuito nacional até 2010, quando o América, campeão estadual de 2009, vai disputar a Copa do Brasil. Cai por terra também as chances de alguma equipe local chegar à Série B do Campeonato Brasileiro antes de 2013, ano que antecede a Copa do Mundo no Brasil, tendo Manaus como uma das sub-sedes.
Foi tão inexplicável e imperdoável a “tragédia” azulina, que jogadores e comissão técnica driblaram um grupo de enfurecidos torcedores, saindo pelo lado da frente do Vivaldão, que só é aberto em dias de treinamentos.
O Cristal-AP vai enfrentar, na terceira fase da Série D, o São Raimundo, de Santarém (PA), que se classificou vencendo ao Genus-RO, por 2 a 0, dentro de casa. O mando de campo será definido em sorteio realizado às 13h de hoje, na Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Foto: Thiago Henrik
Tristeza
Após o jogo, a decepção estava estampada no rosto e nos depoimentos de todos os amazonenses que foram ao Vivaldão, ontem. “Infelizmente, foi uma despedida melancólica. A nossa torcida apoiou o time até o último minuto. Em nenhum momento tentou desestabilizar a diretoria. Eles precisam fazer alguma coisa, porque o Nacional teve um ano jogado fora”, desabafou o presidente da torcida organizada “Apaixonaça”, Natan Castro.
Alberto Araújo, 57, mais conhecido no ambiente nacionalino como Macaxeira, é daqueles que não perdem um treino sequer da equipe do coração. “O trabalho da diretoria começou errado quando contratou mais de 40 jogadores sem referência. E o pior é que não tinha um comandante. Só depois é que trouxeram o Lana” justifica Araújo.
Hoje será um dia de dispensas e de muitas justificativas, não convincentes, no Nacional.
Após derrota, Lana fica sem explicação
O técnico do Nacional, Aderbal Lana, não soube explicar a decepcionante derrota de 5 a 2 nos 45 minutos finais de jogo. "Não tenho explicação. O primeiro tempo foi tranquilo. Vem o segundo tempo e acontece o que aconteceu. Primeira vez que vivo isso e com um time que não podia acontecer", revelou Lana.
"Agora eu não posso ser crucificado, não fui eu que comecei esse planejamento. Eu tentei mudar, vinha bem. Mas tive muitas dificuldades na formação dessa equipe dentro da competição", complementou.
Para o técnico do Cristal, Flávio Barros, a vitória veio com a mudança de postura do time que impediu Maico Gaúcho de ser o meia de articulação do Leão. "Nosso time estava apático no primeiro tempo e dando muito espaço no meio. Conseguimos resolver isso colocando um meia e um cabeça de área", explicou.
Fonte: A Crítica e Diário do Amazonas
