Douglas: o dono do gol do Naça

      O goleiro do Nacional tem uma média de um gol sofrido por jogo. Isso, porém, não é nenhum demérito para ele, afinal Douglas Máximo Molter é o único jogador do Leão da Vila Municipal que atuou nas 21 partidas que o clube fez na temporada (e está confirmado para a 22ª e última partida).

Sendo assim, o arqueiro que tem Máximo no nome não tem a mínima dúvida de dizer-se surpreso por ter sido o “sobrevivente” das lesões e dos cartões amarelos que castigaram o elenco nacionalino.

“Eu levei dois cartões em cada turno e tive a sorte de não me contundir. Quando fui contratado para jogar no Nacional, no começo de dezembro, sempre fui titular nos amistosos. Mas, tenho certeza que só titular por conta do meu trabalho e da minha dedicação nos treinos, além da regularidade nos jogos. O Nacional conta ainda com dois grandes goleiros, o Felipe e o Jonathan, e, se não estivesse bem, perderia a vaga”, explica Douglas, que nasceu em Itaquara, Rio Grande do Sul, mas foi criado no município de Nova Hartz, no mesmo estado.

Da Terra Natal, ele sente falta da família e do frio. Mas a acolhida do povo amazonense e a identificação com as cores do Naça, somado a atuação impecável e decisiva na final do segundo turno, quando defendeu duas penalidades, supriram este sentimento. “Eu nunca esquecerei daquela festa do último sábado. Assim como também não esquecerei da capa do CRAQUE, em que eu estava em cima do alambrado segurando a bandeira do Nacional. O título ‘Onde o céu é mais azul’ da matéria foi demais. Eu fiz questão de mostrar a capa para minha família através da webcan. Isso foi uma coisa que vai ficar pra sempre, que marcou minha carreira. Vou mostrar esta capa para os meus netos”, conta, para depois frisar que deseja que esta alegria seja logo substituída por outra. “Quero o título de campeão amazonense para ver outro pôster do Nacional”.

Apesar das constantes baixas no time, Douglas só se tornou o único jogador a atuar em todas as partidas na última quarta-feira. Até então, essa marca era dividida com o volante Igor Gaúcho, que estava suspenso e não jogou. “Eu e o Igor também somos os únicos gaúchos proveniente da primeira leva contratada pelo Nacional que ainda estamos no clube, e somos titulares”, destaca.

Em alta com a torcida, Douglas conta também com a admiração do técnico Adinamar Abib. “O Douglas é uma peça fundamental no time. Ele passa segurança para a defesa e energia para o resto do grupo. É um líder dentro de campo e um profissional exemplar”, descreve Abib.

Uma coisa é certa, se o Nacional chegar a seu 41º título estadual, a torcida esquecerá que o time trocou duas vezes de treinador, mas não vai se esquecer que nenhum deles tirou a camisa 1 de Douglas, e que ele a honrou em todos os jogos.

Douglas, Goleiro do Nacional no Amazonense 2011

1  Qual foi o momento mais complicado do Nacional na temporada?

Foi o momento ruim que atravessamos na metade do primeiro turno, que acarretou na saída do Laoni Luz (primeiro técnico do time em 2011). Nós demoramos a adaptar a filosofia de trabalho do Luiz Carlos Winck (segundo técnico do Leão, e antecessor de Adinamar Abib) e perdemos para o América. Aqueles três pontos nos fizeram muita falta no fim do primeiro turno.

2  Para qualquer jogador, o calor Amazônico é um adversário, para um gaúcho pior ainda, e para um gaúcho que joga de manga comprida, é insuportável?

(Risos) Não. Eu poderia jogar de manga curta, mas prefiro atuar com a camisa de manga longa, pois ela protege mais o corpo e impede que o suor tenha contato com a bola.

3  Qual foi a defesa mais difícil que você fez no Campeonato Amazonense?

Foi contra o Fast na semifinal do primeiro turno. O Rogério Baiano cobrou uma falta
e a bola desviou, tive que me desdobrar para defender.

Fonte: A Critica