Futebol Amazonense: Falta de credibilidade dos clubes amazonenses afasta os patrocinadores

As cifras milionárias tornaram-se uma constante nos patrocínios dos grandes clubes brasileiros, que a cada ano arrecadam mais com publicidade. O Corinthians, por exemplo, deve arrebatar neste ano mais de R$ 4 milhões por mês em patrocínio. Mas os números crescentes não se refletem no futebol amazonense que, no processo inverso, a cada ano sofre mais dificuldades para conseguir patrocínios. Eles não ultrapassam à marca de R$ 50 mil mensais. Mas por que o futebol local não acompanha a evolução do esporte nacional?

Enquanto os grandes clubes do país já possuem grande exposição em mídia e trabalham com ações de marketing para aumentar ainda mais a visibilidade, as equipes amazonenses são vistas apenas no cenário local e, mesmo assim, apenas por poucas pessoas. Esse é, para o profissional de marketing, Arnaldo Rocha Neto, um dos principais fatores que afasta os empresários, do futebol local. "As empresas querem visibilidade, retorno imediato, e infelizmente não temos isso no Amazonas. Os clubes não possuem muita visualização, a maioria das pessoas nem sabe quando ocorrem os jogos. Além disso, os eventos culturais na cidade possuem muito mais repercussão a nível nacional do que os esportivos", lamentou Rocha.

Para o diretor de marketing do América, João Fábio Sá, o grande problema está na imagem negativa que o futebol amazonense tem para o empresariado local. "Nossa maior dificuldade é convencer os empresários de que investir no futebol é bom. Em outras capitais existe um trabalho de marketing dos clubes que cuida desta questão, mas no Amazonas poucos clubes se preocupam com isso", acredita Sá.

Entre os dirigentes de clubes, principalmente os mais novos, a sensação é de que uma herança maldita foi deixada nas mãos de quem comanda as equipes. "Infelizmente os clubes não possuem credibilidade. Isso porque muitos dirigentes não preparados fizeram besteiras ao longo dos anos. É simples culpar os empresários, mas a realidade é que eles não querem investir porque não confiam na gente", afirmou o presidente do São Raimundo, Antônio Maranhão.

Opinião semelhante tem o diretor de futebol do Penarol, Francisco Grana. Ele cobra mais seriedade e profissionalismo dele e dos próprios colegas. "Nós dirigentes não nos profissionalizamos. Temos que desenvolver bons projetos, que convençam os empresários, agir com antecedência para não deixar tudo para cima da hora e, principalmente, ir atrás do torcedor, saber o que ele quer e trabalhar para que ele se sinta prestigiado".

Patrocínio dos principais clubes nacionais e amazonenses:
Clube - Valor Mensal
Corinthians-SP - R$ 4,1 milhões
São Paulo-SP - R$ 3,1 milhões
Flamengo-RJ - R$ 2,9 milhões
Internacional-RS - R$ 1,5 milhão
Cruzeiro-MG - R$ 1,25 milhão
Nacional - R$ 40 mil
São Raimundo - R$ 40 mil
Princesa dos Solimões - R$ 20 mil
Manaus Compensão - R$ 30 mil
CDC Manicoré - 17 mil
América - Nada
ASA - Nada
Sul América - Nada
Fast Clube - Não foi informado
Penarol - Não foi informado