Este
quarto artigo da série A Reconstrução do Futebol Amazonense não visa criticar
gratuitamente o trabalho de qualquer dirigente de clube local. Comumente, quem
critica tais gestores talvez desconheça o quanto é financeiramente dispendioso deixar
um time pronto para disputar um campeonato comprovadamente deficitário.
Conforme foi frisado no artigo anterior, a ausência de um razoável público
consumidor ligado ao futebol local tornam pequenas as receitas diretas, bem
como comercialmente inviável a obtenção de patrocinadores.
Estádio Vivaldo Lima lotado? Normal, pois o nosso povo curte muito um bom jogo de futebol. |
Entretanto, ousemos levantar os seguintes
questionamentos: Será que conseguir a façanha de manter um time jogando um
campeonato, inclusive com alguns subsídios do Governo, é tudo o que nossos
dirigentes podem fazer? Seria possível existir um caminho alternativo a ser
trilhado por eles e por outros segmentos para que esse cenário de
semiprofissionalismo mude? Isso é que tentaremos apresentar agora - um caminho
baseado em mudanças de atitude e estabelecimento de prioridades, em comparação
com o que é feito hoje no futebol local. Serão apresentados a seguir apenas
alguns exemplos dentre tanta coisa que pode ser feita para mudarmos o nosso
futebol.
FUTEBOL AMAZONENSE
ITEM 01 – SUSTENTAÇÃO FINANCEIRA
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STATUS ATUAL
SEMIPROFISSIONAL
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CAMINHO ALTERNATIVO
PROFISSIONAL
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Distanciamento
do público passivamente aceito.
Patrocinador
distante por causa do distanciamento do público.
Pouca
exposição de imagem e retorno financeiro para patrocinador.
Receitas
diretas (ingressos e produtos) insignificantes, devido à ausência de
torcedores.
Aparente contentamento
dos dirigentes com as receitas que entram por meio de colaboradores ou
doadores (pessoas físicas e jurídicas), inclusive nos casos em que
existe a importante intermediação do Governo e, ultimamente, da
Prefeitura.
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A conquista
do grande público ligado em futebol, inclusive daqueles que curtem times
de fora, deve ser uma obsessão.
A atitude passiva referida no quadro ao lado deve ser trocada por ações proativas que visem à reconquista do público (torcedores, simpatizantes e consumidores). Neste caso, a grande questão não é o que a população pode dar para os clubes, mas o que os clubes devem dar para o potencial público consumidor - nos quadros seguintes, veremos algumas sugestões nesse sentido. |
FUTEBOL AMAZONENSE
ITEM 02 – FUTEBOL DE BASE
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STATUS ATUAL
SEMIPROFISSIONAL
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CAMINHO ALTERNATIVO
PROFISSIONAL
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Futebol
de base funciona precariamente, poucos meses por ano.
Não é
tratado como fundamental para os clubes.
Ausência
de ações que tornem o futebol de base local sonho de consumo dos nossos
jovens jogadores.
Ausência
de parcerias com Governo e Prefeitura.
Federação
de futebol fechada para novas associações ou clubes interessados em
participar dos campeonatos de base (sub-16, sub-18 e sub-20).
Inexistência
da categoria sub-14 dentre os campeonatos de base promovidos pela Federação.
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Deve
funcionar sob a gestão de profissionais e durante todo o ano.
Os mesmos dirigentes que fazem o impossível para colocar um time profissional em campo, devem agir do mesmo modo em prol de um futebol de base sério.
Devem,
também, promover ações que atraiam os melhores jovens jogadores para a base
dos clubes. Temos uma quantidade imensa de potenciais craques, os quais não
são transicionados e aperfeiçoados para o futebol profissional.
Federação
deve urgentemente abrir filiação para novas associações ou clubes amadores,
os quais participariam dos campeonatos de base.
Com a participação
desses novos associados e dos clubes já federados, deveria ser acrescentada
uma nova e importantíssima categoria: o sub-14.
Parceria
com Governos. Este ano vai começar uma parceria entre a Prefeitura e o
futebol de base local. O mesmo deve ser feito com o Governo do Estado.
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FUTEBOL AMAZONENSE
ITEM 03 – MARKETING
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STATUS ATUAL
SEMIPROFISSIONAL
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CAMINHO ALTERNATIVO
PROFISSIONAL
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Ações de
marketing inexistentes e, quando ocorrem, são oriundas de torcedores ou
pessoas interessadas em promover algo no futebol.
Devido
às poucas ações de promoção de imagem, os clubes sempre continuam distantes
do imaginário da grande maioria da população local.
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Devem as
ações de marketing ser tratadas com seriedade e competência, para que a
imagem dos clubes fique mais exposta.
Torneios,
eventos e peneiras envolvendo o futebol de base devem ser realizados
constantemente nos bairros da cidade.
Deveriam
liberar jogos do futebol de base, a custo zero, para as emissoras de
televisão locais interessadas, podendo essas criar promoções envolvendo as
imagens dos clubes e o público jovem.
Cada
núcleo do Projeto Bom de Bola do Governo poderia vincular-se a um clube, que
cederia sua imagem para uso nos materiais e uniformes. Os núcleos poderiam
levar o nome dos clubes, sendo uma extensão da base dos mesmos. (Exemplo: Projeto
Bom de Bola – Núcleo Fast Clube).
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FUTEBOL AMAZONENSE
ITEM 04 – PARTICIPAÇÃO DE ENTES PÚBLICOS
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STATUS ATUAL
SEMIPROFISSIONAL
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CAMINHO ALTERNATIVO
PROFISSIONAL
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Governo subsidia financeiramente, por meio de
parcerias com a iniciativa privada, o custo de campeonatos (o que não deixa
de ser uma ajuda sempre bem vinda).
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O Governo Estadual e a Prefeitura devem também
subsidiar financeiramente o futebol de base, o qual tem um custo bem mais
baixo do que o futebol profissional.
Podem ser criadas parcerias envolvendo o Projeto Bom
de Bola do Governo do Estado e os clubes profissionais, conforme já
mencionado no quadro anterior.
O Governo e a Prefeitura devem continuar investindo
na parte estrutural do futebol (construção e reforma de estádios).
O Governo poderia relançar o sistema EU QUERO A
NOTA, bem como criar programas de incentivos fiscais estaduais e municipais
que estimulem a iniciativa privada a investir no futebol local.
Os clubes poderiam elaborar projetos de emendas
parlamentares federais, estaduais e municipais, visando a obtenção de
recursos para promoções culturais e desportivas nos bairros e nas escolas, em
parceria com as secretarias de educação, de esportes e de cultura.
Com esses recursos seria promovido a imagem dos
clubes, por meio de torneios amadores com
os uniformes dos times, fornecimento de materiais promocionais, exposição dos
escudos dos clubes nos cadernos e livros na rede pública, e demais ações de
marketing.
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É importante deixar claro que as ações sugeridas nos
quadros acima são meramente exemplificativas – muito mais pode ser feito para
que se inicie um novo ciclo no futebol local. Além disso, todos os quatro itens
(sustentação financeira, futebol de base, marketing e participação da
iniciativa pública) estão essencialmente interligados. Não encontraremos em quaisquer
dos itens citados ideias mirabolantes ou miraculosas para mudar o futebol
local. Nosso futebol não precisa de mágica – basta ser realizado nele o que
hoje não se faz e tem que ser feito.
No quinto e último artigo da série Reconstrução do
Futebol Amazonense, será apresentada uma proposta relacionada com um grande
pacto pela transformação do nosso futebol. Se você, leitor, é um daqueles
poucos que acreditam em um futuro melhor para o nosso futebol, não deve perder
esse último artigo desta série.
Fonte: FUTEBOLAMAZONENSE.COM.BR
Adriano Campelo