Rio Negro pode abandonar o Campeonato, segundo preparador

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012 Comments

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TEÓFILO BENARRÓS DE MESQUITA - Em entrevista ao repórter Édson `Baiano` Santos à Rádio Difusora AM, durante a transmissão da partida entre Nacional x Iranduba, na tarde desta terça-feira (14/02), no Estádio Ismael Benigno, a Colina, o preparador físico Paulo Feitosa declarou que o "Rio Negro pode sair pela porta dos fundos do Campeonato Amazonense 2012", abandonando a competição.

A declaração, em tom de desabafo, foi em resposta a situação do treinador Carlos Tozzi, cujos comentários no Estádio da Colina era de que poderia estar deixando o Rio Negro e assumindo, possivelmente, o Nacional, segundo rumores das arquibancadas. "Ele já voltou para o Rio de Janeiro", garantiu Feitosa, veterano no futebol amazonense.

"Os salários estão atrasados e o Tales sumiu do clube", revelou Paulo Feitosa, alertando que a situação no clube da Praça da Saudade não é das melhores, logo no início do campeonato. "Gostaria de falar de coisas boas do futebol amazonense, mas a situação é preocupante. O problema não é localizar o Tozzi e sim localizar o Tales", respondeu Feitosa.

"Teria sido melhor o time se licenciar do que passar por outro vexame", sentenciou o preparador físico, que entretanto garantiu que "se o Rio Negro não tiver treinador nesta quarta-feira o Paulo Feitosa dirige o time", se referindo ao jogo desta quarta-feira (15/02) contra o São Raimundo, no Estádio da Colina, a partir das 15h30.

Entra e Sai

O Rio Negro tem um histórico de idas e vindas no futebol amazonense. Na fase do amadorismo, em 1945, abandonou os gramados, alegando beneficiamento nos tribunais ao seu maior rival, o Nacional, declarado campeão da competição. Só voltou a disputar o Campeonato Amazonense 15 anos depois, em 1960.

No profissionalismo, a primeira ausência foi nos anos de 1977 e 1987, depois de ser vice-campeão em 1976, perdendo a final para o Nacional. Voltou à disputa em 1979, sendo novamente vice-campeão do Nacional, no jogo que registrou o maior público pagante em jogos de campeonato, no Estádio Vivaldo Lima, pouco mais de 41 mil torcedores.

Em 1981 foi pior, com o time abandonando a competição em curso, após ser 5° colocado no primeiro turno, entre sete participantes, atrás de Nacional, América, Penarol e Fast Clube, que disputaram o quadrangular decisivo do 1° turno.

Voltou em 1982, conquistando o título com um histórico e polêmico WO sobre o Nacional. Em 1991 voltou a se licenciar, mesmo tendo conquistado o título do ano anterior (1990) sobre o rival Nacional. Voltou no ano seguinte (1992), sendo vice-campeão, atrás do Sul América, após a disputa do Quadrangular Decisivo do Campeonato.

Em 1994 ficou de fora novamente, no Estadual que foi marcado pela participação de apenas 4 clubes: América, Nacional, Fast Clube e Libermorro. Voltou em 1995, saiu em 1997 e voltou em 1998, sendo vice-campeão do São Raimundo, na final do polêmico gol de mão de Bugrão, aos 45 minutos do segundo tempo.

A partir de 2008, as ausências se deram em razão de mal desempenho, com dois rebaixamentos seguidos. Foi lanterna da competição, atrás até mesmo do fraco Libermorro (o outro rebaixado). Mas, por um Ato Administrativo da Federação de frágil compreensão jurídica, pode jogar a Segunda Divisão no mesmo ano, conquistando o título e o direito e voltar a jogar a Primeira Divisão já no ano seguinte, 2009.

Nada adiantou e, em 2009, o Galo foi novamente rebaixado, novamente em último lugar. Voltou a campo somente na Segunda Divisão de 2010, sendo vice-campeão do Operário, de Manacapuru, retornando à Elite do futebol baré em 2011.

Ano passado assustou a torcida no 1° turno, quando ficou em 7° lugar, com 7 pontos, apenas 3 pontos à frente do Sul América, o 9° e último colocado da fase e que acabaria rebaixado ao final do campeonato. O susto passou e ao final o Rio Negro terminou em 6° entre 9 clubes, com apenas um sendo rebaixado.

Mas a garantia da permanência do clube na Primeira Divisão não livrou o clube de outro vexame. O Departamento de Futebol foi terceirizado, para o empresário Róbson Ouro Preto, e virou notícia nacional pela falta de pagamento aos atletas, que não viram um centavo durante todo o período que durou o Estadual, além das condições sub-humanas da residência onde viviam os jogadores, praticamente todos de fora do Estado. Para alimentação dos atletas, invariavelmente a torcida barriga-preta fazia doação de comidas e frutas.

Agora, segundo alerta de Paulo Feitosa, o problema da falta de pagamento aos profissionais do Rio Negro volta à tona, coloca novamente o nome do clube em cheque e ameaça a continuidade da prática do futebol no clube da Praça de Saudade, que comemorará 100 anos de existência em 13 de novembro de 2013.

Fonte: http://bloggerdoteofilo.blogspot.com/2012/02/campeonato-amazonense-2012-rio-negro_14.html

 

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