Secretário defende Arena Amazônia e diz que obras estão no prazo

          O secretário de Estado da Juventude, Desporto e Lazer do Amazonas, Júlio César Soares da Silva, criticou nesta quinta-feira (11) os comentários de que a Arena Amazônia – estádio avaliado em quase R$ 500 milhões que está sendo construído em Manaus para a Copa do Mundo de 2014 – venha a se tornar um “Elefante Branco”. Para o secretário, os comentários a esse respeito refletem “preconceito” de algumas pessoas do Sul e Sudeste sobre as regiões Norte e Nordeste.

“O que dizem a esse respeito é preconceito contra o Norte e Nordeste, como se essas regiões não merecessem sediar os jogos da Copa do Mundo. Há quem gostaria que a Copa acontecesse apenas no Sul e Sudeste do país, mas nós temos de pensar no país como um todo”, disse o secretário. Júlio César garante que o fenômeno do “Elefante Branco”, que é um termo usado para classificar grandes empreendimentos que não terão uso após o evento que justificaram sua construção, não vai acontecer no Amazonas.

“Existem muitas possibilidades de usar o estádio após a Copa. Uma delas seria a realização, por exemplo, de algumas edições do festival dos bois-bumbás em Manaus. Outra opção seria usar o local para abrigar festivais como os de ópera”, sugeriu. O secretário lembrou que o antigo estádio Vivaldo Lima, o “Vivaldão”, demolido para dar espaço para a “Arena da Amazônia”, chegou a receber 45 mil pessoas em uma final de uma das edições do “Peladão” – tradicional torneio de futebol de equipes amadoras.

O titular da pasta de esporte do Estado deu como exemplo o caso do time do América, classificado para a Série C do campeonato brasileiro e que está disputando as finais contra a equipe do Guarani de Sobral (CE). “O caso do América é um exemplo. A conquista do América é uma conquista minha, do Estado e de toda a população amazonense. E há a possibilidade do América vir a disputar a Série B do nacional”, disse o secretário.

Obras em dia, diz secretário

O secretário de esportes do Amazonas garantiu que as obras da “Arena da Amazônia” estão dentro do prazo estabelecido e que todas as etapas estão sendo feitas como o planejado. “No momento está sendo feito o processo de nivelamento do solo que vai receber o gramado. Hoje ele está cerca de dois metros mais baixo que o nível original. Depois será construída a arquibancada inferior, que vai comportar 22 mil pessoas”, disse Júlio César.

Sobre o repasse de verbas oriundas do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), no valor de R$ 400 milhões, o secretário informou que foi constituído um grupo de trabalho formado, além da Sejel, pela Secretaria de Infraestrutura (Seinf) e pela construtora Andrade Gutierrez para  repassar informações adicionais à Secretaria do Tesouro Nacional sobre o projeto e, assim, permitir a liberação – ainda este ano – da primeira parcela das três totais referentes ao empréstimo.

“Nós esperamos que até dezembro os R$ 30 milhões da primeira parcela do empréstimo do BNDES seja repassada ao Estado e assim tocarmos a obra. Os R$ 100 milhões restantes do valor total estão sendo custeados pelo próprio governo do Amazonas”, disse o secretário. As próximas duas parcelas previstas são de R$ 190 milhões em 2011 e R$ 180 em 2012.

Reciclagem e reutilização de parte do antigo ‘Vivaldão’

O secretário informou que 100% dos materiais feitos de concreto no antigo estádio Vivaldo Lima estão sendo reciclados para serem reutilizados na própria obra, mas ele não soube informar a quantidade de concreto removido e que será reutilizado. Além do concreto, ainda de acordo com o secretário de Esportes, as peças metálicas da cobertura do estádio e outras dos assentos estão sendo realocadas em estádio e ginásios poliesportivos de 30 municípios do interior do Amazonas.

“O estádio Gilbertão, em Manacapuru, por exemplo, vai ganhar uma cobertura a partir das peças da cobertura que haviam no Vivaldão, em Manaus”, informou o secretário, falando sobre o Estádio Olímpico Municipal Gilberto Mestrinho, que atendem às equipes do Princesa do Solimões Esporte Clube e Operário Esporte Clube, que disputam o Campeonato Amazonense.

Copa das Confederações

Júlio César disse que o cronograma dos trabalhos na “Arena da Amazônia” visam deixar o estádio pronto até janeiro de 2013, a fim de que Manaus também possa receber jogos da Copa das Confederações – torneio que é considerado uma prévia para a Copa do Mundo do ano seguinte. “Estamos trabalhando para isso, para que Manaus possa se candidatar a ser sede, também, da Copa das Confederações”, disse o secretário.

Fonte: Diário do Amazonas