Manaos luta para montar time competitivo

      Campeão amazonense de 2010, o América Manaos Futebol Clube (FC) não foge à regra das equipes que disputam a Quarta Divisão do Campeonato Brasileiro, a Série D. Sem dinheiro e sem saber se terá patrocinadores, a presidente do clube, Bruna Alves Parente, faz o que pode para garantir a formação do time.

Com apoio de amigos e parentes, a dirigente, no cargo há apenas seis meses, comprou oito passagens aéreas para jogadores de outros Estados. Bruna corre contra o tempo. A Série D começa dia 18 de julho. O Manaos FC estréia em Manaus-AM contra o Santana, de Macapá-AP.

O clube negocia um convênio com o governo do Amazonas e a Prefeitura de Manaus, mas tanto Bruna quanto seu avó, o presidente de honra do clube, Amadeu Teixeira, 83, fundador do América há 70 anos, não foram atendidos nem pelo governador Omar Aziz e nem pelo prefeito Amazonino Mendes. A ajuda ao clube está apenas no âmbito das promessas.

A diretoria do América decidiu arriscar e iniciou a formação do elenco sem saber se terá dinheiro para bancar o grupo.  O orçamento do clube para a disputa da competição é de R$ 720 mil. Por enquanto, os dirigentes têm apenas um compromisso verbal dos jogadores. Nenhum deles assinou contrato. O América pretende trabalhar com 22 atletas.

“O nosso advogado, Policarpo Rios, está elaborando os contratos e ainda não existe previsão para que sejam assinados”, revelou Bruna Alves. Pelo menos sete dos oito atletas que o clube pretende trazer de imediato devem desembarcar em Manaus até sábado (5). A previsão é que no dia 7, 21 atletas comecem a treinar.

Se o planejamento for cumprido, o técnico Sérgio Duarte terá aproximadamente 40 dias para colocar o time nos eixos. “É tempo suficiente para preparar a parte física, técnica e tática”, garantiu Duarte, ao destacar que a falta de entrosamento pode ser o único prejuízo no início da competição.

Como não possui centro de treinamento próprio, o clube terá à disposição o estádio do São Raimundo, Ismael Benigno, conhecido como Colina, às terças e sextas-feiras para realizar a preparação dos jogadores. A diretoria enviou também um ofício à Reitoria da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) solicitando a utilização do campo de terra no campus da instituição as quartas e quintas-feiras. “Como os jogos serão aos domingos, na segunda-feira o treino é mais leve”, comentou a presidente do Manaos para justificar que, nesse dia, o treino pode ser dispensável.

Apesar da incerteza, a diretoria do Manaos se mostra confiante quanto à liberação de dinheiro público, mesmo com a possibilidade de não ocorrer em razão da lei eleitoral que proíbe repasses de verba pública desta natureza em período de eleições. Além das oito passagens aéreas, os dirigentes do Manaos já alugaram também uma casa com três quartos para abrigar os jogadores de fora do estado.

Mascote

Enquanto a diretoria corre atrás de subsídios para custear as despesas na Série D, o portal do clube na internet (www.manaosfc.com) lançou uma votação para eleger o novo mascote. Até ontem, a onça pintada Yawara vencia com 56% (226 votos) da preferência dos torcedores. Na segunda colocação vem o tucano Tuki, com 31% (126 votos). O jacaré Bareh aparece na lanterna com apenas 51 votos, 13% da preferência. O atual mascote é o Mequinha, uma versão infantil do Capitão América.