Baú Velho – Torcedor salva o Nacional com um assobio

sexta-feira, 23 de outubro de 2009 Comments


 

      Em maio de 1947, o Moto Clube, do Maranhão veio a Manaus para cumprir uma série de quatro jogos amistosos. Naquele tempo era difícil a visita de um time de futebol de outro Estado, não só pela dificuldade de transporte, sempre de navio, ou pelo cachê exigido, algumas vezes fora da realidade do nosso futebol.

      O time maranhense, desconhecido do torcedor amazonense, abafou logo nas primeiras apresentações, goleando o Tijuca por 5 a 2; o Olímpico por 5 a 1; perdeu para o Nacional 3 a 2 e venceu um combinado local por 2 a 0.

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Moto Clube, 1947. Em pé: goleiro reserva, Sandovalzinho, Frázio, Dagmar, Pretinho, Santiago, Ruy e Carapuça. Agachados: Valentin, Mosquito, Vinicius, Galego, Zuza, Jaime (?) e Jesus.

      No jogo de estréia do Moto Clube, o Tijuca reforçado por jogadores de seus co-irmãos, perdeu com:

      Luizinho Mão de Grude, Darcy e Aurélio; Lupércio, Major e Mariozinho; Cabral, Silvio,(Mário Mattos), Paulo Onety, Mário Orofino (Cláudio Coelho) e Juvenil.

      No jogo contra o Nacional, numa tarde de domingo, o Parque Amazonense ficou apinhado de gente. O árbitro era o ex-comandante de ataque do Olímpico, Sálvio de Miranda Corrêa, um jovem da sociedade, pertencente a família do dono da fábrica de cerveja XPTO .

      O jogo estava 2 a 2 no segundo tempo. Na geral um torcedor, o comerciário Wilson Câmara que trabalhava nas Lojas A Pernambucana, cara falante, brincalhão e bem relacionado na sua classe. Câmara era bom de assobio e de quando em vez saltava um parecido com o apito do árbitro, como também fazia o velho Cachoeirinha, do Fast.

      Pois bem, o Moto Clube estava no ataque perto de fazer o gol da vitória, quando os jogadores ouviram um apito paralisando a jogada. O Câmara livrara o Nacional de um ataque perigoso e talvez até de um gol.

      Descoberto, Câmara foi gentilmente convidado a se retirar do local e ficou sob à guarda de uns policiais para não perturbar o espetáculo.

      Logo depois o ponteiro Lé fez o gol da vitória de 3 a 2, do Nacional, numa tarde consagradora para o já veterano magricela jogador que foi ídolo do Rio Negro.

Ficha Técnica
18-05-1947 – Nacional 3 x 2 Moto Clube
Local: Parque Amazonense. Árbitro: Sálvio Miranda Corrêa.
Gols: Marcos Gonçalves, Oliveira e Lé (Nac.) Galego e Zuza (Moto).
NACIONAL – Mota, Lupércio e Darcy; Hélcio Sena, Caveira e 31 (Júlio); Oliveira, Paulo Onety, Marcos Gonçalves (Eliseu), Raspada e Lé
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MOTO CLUBE – Ruy, Santiago e Carapuça; Sandovalzinho, Frazio (Dagmar) e Pretinho; Mosquito (Jesus), Valentin, Galego, Zuza e Jaime.

Por Carlos Zamith – www.bauvelho.com.br

 

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