Ivana Vitória Ribeiro para ACRITICA.COM.BR - Foi uma manhã de comemoração e também de recordar lembranças do passado. Uma reunião entre amigos que vivenciaram juntos uma época em que o futebol amazonense era o maior da Região Norte. Aquele São Raimundo que levou milhares ao estádio voltou aos gramados para uma simbólica confraternização dos 10 anos do Tri da Copa Norte e pelo aniversário do clube, que será na sexta. 18.
A partida foi dividida em dois tempos de 30 minutos e foi recheada de gols. Contra a seleção dos bancários do Amazonas, o Tufão venceu por 13 a 0, com gols de Neto, Delmo, Zé Ribite, Sidney e de convidados. O time titular do São Raimundo foi formado por Deivid, Jeremias, Genival, Murica, Nelson, Caco, Sidney, Neto, Donizete, Delmo e William.
Os jogadores gostaram bastante da iniciativa e de poder rever os amigos. “Nossa amizade era muito forte e continuamos amigos até hoje, não tinha vaidade dentro desse grupo”, disse Donizete. A amizade dentro do grupo foi bastante reforçada por todos e as lembranças de alegria também. “Nunca tivemos desavenças entre os jogadores e toda recordação que tenho é de alegria, das conquistas”, disse o ex-zagueiro Genival.
Quem reapareceu foi o meia Neto. Com passagens por Portugal e clubes paulistas, hoje ele está sem equipe. Coinciodência ou não, o Tufão também não mais o mesmo. Posso voltar a jogar no São Raimundo”, declarou o jogador que após a partida ouviu da torcida “Volta Neto!”.
Francisco da Silva - Professor de Educação Física e ex-supervisor do São Raimundo
1 Como surgiu essa ideia de fazer essa partida comemorativa e lembrar daquela geração?
O São Raimundo completa, sexta-feira, 93 anos. Todo ano fazem uma festa social e um futebol que todo mundo desconhece. Então, como estamos fazendo 10 anos do Tri do Norte, um título inédito da terra, alguns jogadores me procuraram e perguntaram se eu podia organizar essa comemoração com todos os envolvidos.
2 Relembrando essa partida, o que o senhor lembra daquela época?
O toque de bola, a união desses jogadores, eles jogavam por música, era impressionante. Outra coisa, a educação desses meninos, porque geralmente jogador de futebol é temperamental, e comigo eles nunca levantaram a voz nenhuma vez.
3 O senhor poderia contar alguma história dessa época vitoriosa?
Estava aqui em um jogo contra o Vila Nova e estávamos perdendo por 1 a 0. Se a gente perdesse, iríamos voltar para a Terceira Divisão. Entrou o Alberto em campo e eu estava no banco. O Lana chamou o Ronaldo para aquecer. Ajudei no aquecimento, quando o Alberto fez dois golaços de falta, viramos e ficamos na Série B.
ELTON CHARLES - EDITOR ASSISTENTE DO CRAQUE
Que desagradável, como diria aquele locutor. Acompanhei de perto, especialmente a terceira conquista do São Raimundo na Copa Norte. Não passava de um jornalista iniciante, que cuidava do site oficial do clube e ainda não trabalhava em jornais. Sei muito bem qual foi o papel de cada um destes personagens, e fico muito impressionado com a falta de sensatez das pessoas que dirigem o São Raimundo. Aderbal Lana pode até não ser o técnico mais doce da história do futebol. É verdade que ele tem uma personalidade forte que, às vezes, extrapola os limites. Mas também é verdade que essa sua personalidade foi útil em momentos constrangedores pelos quais passou o Tufão da Colina. Tempos de vacas magras, nos quais os jogadores sequer tinham dinheiro para o vale transporte. Ficou feio uma festa sem ele. É como tentar apagar um membro fundamental em toda essa história. É tentar colocar-se acima dos fatos e dos acontecimentos, acima da história do futebol. Infelizmente, nenhuma das pessoas que dirigem o São Raimundo hoje, têm metade da personalidade do treinador bocudo, para engolir o orgulho, apontar a própria incompetência e explicar aos torcedores porque um clube que tem o apelido de Tufão, hoje, não passa de uma brisa incapaz de levantar uma folha, imagine voltar a vencer no futebol.
Fonte: http://acritica.uol.com.br/craque/Amazonia-Amazonas-Manaus-Tufao-tricampeoes-Norte-amistoso-Colina_0_592140896.html