Continua muito difícil comprar camisas de clubes amazonenses

        Encontrar um torcedor vestindo a camisa de um clube amazonense pelas ruas da cidade não é uma missão fácil. Nem mesmo os jogos do Campeonato Amazonense escapam de serem “invadidos” por camisas de clubes brasileiros e internacionais.

Existem até “teóricos” que apontam esta falta de identificação do torcedor amazonense com os clubes da terra como uma das causas do declínio de nosso futebol. Mas diante da escassez de uniformes e produtos oficiais de times do Amazonas, fica a questão: A tal da “falta de identificação” é realmente culpa do torcedor ou é falta de planejamento dos clubes locais?

Apesar de a maioria de nossas equipes não possuir planos de marketing ativos, existem algumas boas ideias planejadas para o ano que vem. Nacional e Fast Clube, por exemplo, já disponibilizam seus uniformes em lojas pela cidade. “O torcedor nacionalino pode procurar as lojas Hipersport. Temos todos os tipos de uniformes lá. Custam de R$ 39 a R$ 50. Tivemos um bom retorno neste primeiro ano de parceria”, disse o presidente do Leão, Luiz Mitoso.

“Fizemos 1000 camisas da Lotto e vendemos quase todas neste ano. Boa parte das contratações para 2011 está sendo bancada por esta venda de camisas. É um investimento alto, mas o Fast arriscou. Ainda temos algumas camisas sendo vendidas nas lojas Pé Collection. Elas custam R$ 130”, declarou Cláudio Nobre, vice do Rolo Compessor.

Tufão ainda sopra

Após as grandes campanhas na Série C, B e Copa Norte, o São Raimundo foi por muitos anos o líder disparado em venda de uniformes. Hoje o Tufão está tentado se movimentar. “A Scoring fabrica e tem a autorização para vender. As nossas organizadas também. Vendemos 3 mil uniformes nesse ano. Estamos com um projeto de lançar um loja virtual em janeiro”, revelou o supervisor Cláudio Silva.

Disposição para garimpar em Manaus

Colecionador de camisas de futebol, o jornalista carioca Cassius Leitão, esteve em Manaus no mês de outubro e teve que fazer uma verdadeira peregrinação para conseguir alguns uniformes de equipes amazonenses.

Com o futebol local em baixa temporada, ele teve de suar a camisa. “Eu tive que rodar a cidade inteira para achar as camisas. A do Nacional, eu achei em um shopping, mas depois de muita procura. As do São Raimundo e do Rio Negro eu encontrei na última cartada, numa loja de rua. Ainda assim, elas não são as oficiais. Ganhei a do Sul América de um amigo meu que mora em Manaus. Vale a recordação”, disse Cassius, que considerou Manaus como um dos lugares mais complicados para aumentar sua coleção.

Acostumado a garimpar camisas de todos os lugares do mundo em sites de colecionadores, Cassius saiu satisfeito com o que conseguiu em Manaus, mas admite que não é só no Amazonas que isso acontece. “Nunca tinha tido tantas dificuldades como em Manaus. Penei um pouco em Fortaleza pra achar a do Ferroviário. Em Caxias do Sul também não foi fácil encontrar a do Caxias”, completou.

Três Perguntas:

Luiz Morais (Proprietário da Scoring)

1) Como funciona e quais são os clubes que são parceiros de sua empresa?

Já houve campeonatos em que eu forneci material para todos os clubes. Até o momento São Raimundo, Rio Negro, América e Sul América fecharam comigo. A Scoring doa os materiais para os clubes, em troca de divulgação. Repassamos cerca de 20 mil reais em equipamentos para as equipes. Aí fica a critério de cada equipe escolher o que fazer.

2) Porque fazer um investimento desse tamanho em nosso futebol?

Apesar de não ser muito lucrativo, o futebol local deu muita visibilidade para a empresa. Graças à isso, várias equipes do Peladão, dos jogos estudantis, jogos internos de empresas e até instituições de outros estados nos procuraram também.

3) O que os clubes devem fazer para melhorar as vendas de camisas?

O termômetro depende da campanha do time. O público apareceria mais se as equipes melhorassem o nível técnico e com certeza isso aumentaria o número de vendas. O São Raimundo, nos tempos da série B, por exemplo, chegava a vender 2 mil camisas por mês. Hoje, se juntarmos todos, não vendemos 500 camisas.

Fonte: A Crítica

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