Confira a preparação dos clubes para o estadual de 2011

      Após o vice-campeonato da Série D do Brasileirão 2010 conquistado pelo América-AM no último domingo (14), o futebol amazonense entrou em recesso de 75 dias. A bola só volta a rolar dia 30 de janeiro de 2011, na abertura Estadual 2011. Se as torcida dos dez clubes que disputarão o Estadual contam os dias para rever o time do coração em ação, os dirigentes têm cada vez menos tempo para formar as equipes e planejar a próxima temporada.

Além da falta de estádios para abrigar jogos oficiais no Amazonas, pois o Estádio Vivaldo Lima foi demolido para dar lugar à Arena da Amazônia, que abrigará jogos da Copa do Mundo 2014 em Manaus, os clubes enfrentam a escassez de mão de obra qualificada. É que o futebol amazonense não tem revelado número suficiente de craques, e a alternativa encontrada pelos cartolas nesta década é a importação de jogadores.

Dois meses e meio antes da bola voltar a rolar a equipe do Diário e do Portal D24AM já ouviu os dirigentes dos dez clubes amazonenses que estão na primeira divisão local para traçar ao leitor como está a preparação dos clubes para o Estadual.

Filho larga na frente do Pai

A presidência e diretores do Nacional estavam previstos de se reunir, na noite desta terça-feira, para definir os candidatos ao cargo de técnico do time para a temporada 2011 do Amazonense. O presidente do clube, Luís Mitoso, não quis adiantar nem os nomes dos futuros reforços para a formação do elenco. “Assim que tiver tudo acertado vamos convocar uma coletiva de imprensa. Pode ser amanhã (hoje) mesmo ou mais tardar até quinta-feira (18)”, declarou Mitoso.

Único clube com a comissão técnica já definida e adiantado nas contratações dos jogadores, o Fast / Ulbra começou a oficializar o contrato dos reforços. Na sexta-feira passada, os nomes do lateral-esquerdo Alberto, que defendeu o Grêmio Coariense na Série B do Estadual, e do zagueiro William, ex-Cliper, constavam no Boletim Informativo Diário (BID) da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Os contratos de ambos têm validade até o dia 12 de junho de 2011. O Tricolor, que segue sob o comando do treinador Aderbal Lana, planeja formar um grupo com 30 jogadores.

Galo indefinido

Com o regresso à Série A do Amazonense garantida após a disputa da Segundinha deste ano, o Rio Negro deve fechar o planejamento para o próximo ano até o final desta semana. O presidente do Galo, Eymar Gondin, ainda aguarda a volta a Manaus do empresário português Robson Ouro Preto, principal patrocinador da equipe na Série B, para negociar a renovação de contrato de alguns jogadores e o anúncio de reforços. Nem o técnico Iane Flores está garantido para permanecer no cargo para a primeira divisão. “Tudo será decidido na presença do Robson”, declarou Gondin.

O único reforço confirmado pelo clube é o atacante Marinélson, ex-São Raimundo, de Santarém-PA. Emprestado pelo Nacional, o meia Dieguinho, e o volante Américo, vindo do Manaus Compensão, regressam aos respectivos clubes de origem.

Operário e Princesa dividem Manacapuru

Com a entrada do Operário, campeão da Série B deste ano, na primeira divisão do Estadual, a prefeitura de Manacapuru vai precisar dividir a cota de patrocínio, tradicionalmente reservada até então ao Princesa do Solimões. Cotados para serem diretores de futebol do Tubarão e do Operário, respectivamente, Rafael Maddy e Antônio Rodrigues Neto, o Pesado, concordam que o valor da verba pública tem que ser igual para os dois representantes do município. Uma reunião hoje à tarde do prefeito Ângelus Figueira com os dirigentes de ambos os clubes definirá como será o patrocínio. “Dependendo dos patrocínios que conseguir e da cota da prefeitura poderei confirmar minha volta ao Princesa. Nossa estimativa de orçamento é de R$ 60 mil mensal”, comentou Maddy, que revelou já ter contatado jogadores e candidatos ao cargo de técnico, entre os quais Carlos Prata. 

No Operário, Pesado confirmou a renovação de contrato do goleiro Stanley, dos volantes Cristiano Natal e Clayton He-Man, do meia Charles e dos atacantes Bazinho e Kitó. “Não adianta ser dirigente de clube pensando em ajuda de prefeitura. Temos que trabalhar a base para fazer algo decente. Na Série B, a prefeitura de Manacapuru deu apoio logístico, como ceder campo e ônibus para transporte do grupo, mas nada financeiramente”, declarou Pesado

Leão, sem toca, tentará defender o título

O Penarol, de Itacoatiara (a 176 quilômetros de Manaus), atual campeão Estadual, orçou em R$ 450 mil a campanha no torneio regional em 2011. “Tomamos por base este ano (2010), pois gastamos cerca de R$ 450 mil para sermos campeões”, disse o diretor de futebol do Leão da Velha Serpa, Francisco Grana. Segundo o dirigente, o clube deve iniciar a pré-temporada dia 4 de janeiro, mas o local ainda não foi definido. “Por falta de dinheiro, a construção do nosso CT (Centro de Treinamento) atrasou. Talvez utilizemos apenas as instalações do local no início da temporada, pois o campo não deve ficar pronto”, lembrou. A diretoria do Penarol pretende manter o técnico Adinamar Abib. “Falta apenas acertar as bases salariais”, afirmou Grana. Quanto ao time, os jogadores serão do Amazonas, apesar da escassez. “Vamos apostar em atletas da capital e do interior. Poucos serão de fora do Estado”, garantiu Grana.

Novo comando no Tufão

O São Raimundo terá novo presidente para o triênio 2011-2013. Orlando Saraiva, ex-presidente do clube (de 1993 e 2001) derrotou o atual mandatário Antônio Maranhão nas eleições do último dia 15 de novembro. Nesta quinta-feira (18) o Tufão completa 92 anos de fundação e Saraiva prometeu celebrar o centenário do clube, em 2018, na Série B do Brasileirão. Antes disso, o presidente questionará a atual administração sobre o sumiço dos cabos de energia elétrica que interligam as quatro torres de iluminação do Estádio Ismael Benigno – a Colina, e recuperar uma motocicleta doada pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) para sorteio, que também teria sumido. “O nossa prioridade é recuperar o patrimônio do clube”, afirmou Saraiva, que admitiu não ter projeto para o futebol do clube para a temporada 2011.

Trêm da Colina ‘nordestão’

A exemplo do regional deste ano, o Sul América, do bairro da Glória, vizinho ao São Raimundo, vai utilizar jogadores importados do Nordeste brasileiro. Em 2010, além dos nordestinos, paulistas, cariocas e amazonenses também compuseram o time. “Vou na segunda quinzena de dezembro ao Ceará para buscar jogadores, mas já fiz alguns contatos e tenho bastante coisa encaminhada”, revelou o presidente do Trem, Luiz Costa. O Sulão foi o sétimo colocado na edição 2010, mas chegou a liderar o primeiro turno por duas rodadas.

Compensão modesto

O Manaus Compensão deve iniciar o segundo ano de disputa na primeira divisão com o intuíto de não ser rebaixado. O clube mandará jogos no Estádio Francisco Garcia – o Chicão, em Rio Preto da Eva ( a 57 quilômetros da capital) e terá uma folha salarial de apenas R$ 50 mil. “Mais de 50% dos nossos jogadores serão locais. Nossa intenção é permanecer na Série A e terminar o torneio no meio da tabela”, avaliou o diretor de futebol da Águia, Márcio Ferreira. Apesar dos objetivos modestos, o time da compensa deve ser um dos primeiros clubes da capital a iniciar a pré-temporada. “Ainda não definimos o grupo de trabalho. Apenas iniciamos as conversas com o técnico Iane Geber, mas a nossa intenção é começar os treinos na primeira semana de dezembro”, afirmou Ferreira.

Mequinha indefinido

Com um vice-campeonato da Série D, problemas no Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), acesso à Terceirona ainda ameaçado e crise financeira, o América começa a definir metas para 2011 somente a partir desta quarta-feira, quando a comissão técnica e jogadores se reúnem com a diretoria para discutir o futuro do clube.

Além de pagar as contas da quarta divisão, o principal desafio do Alvirrubro é manter o técnico Sérgio Duarte à frente do time. É que o treinador já recebeu proposta de clubes de outros estados e aguarda a proposta de renovação do Mequinha. O grupo de jogadores também deve ser dissolvido entre outras agremiações, pois os mesmos reclamaram das precárias condições de trabalho oferecidas pelo América durante a Série D.

Fonte: Diário do Amazonas