
Na segunda quinzena do próximo mês, dois clubes do Amazonas iniciarão a busca por um lugar ao sol no futebol brasileiro. Posicionados no mesmo grupo, o A 1, da Série D, Penarol - que ganhou a vaga no campo, e Nacional, que herdou o direito de disputar a competição graças a desistência do estado de Roraima e a escolha feita pela Federação Amazonense de Futebol (FAF), enfrentarão uma difícil jornada para subir um degrau rumo a distante elite do futebol brasileiro.
E tudo isso sem receber um centavo sequer da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) - “nem para um cafezinho”, como definiu o diretor de futebol da FAF, Ivan Guimarães.
Purgatório dos clubes do futebol brasileiro. Divisão esquecida. Inferno na Terra. Todas estas definições e outras - incluindo algumas impublicáveis - são atribuídas a Quarta Divisão do Campeonato Brasileiro. Criada em 2008 para ser implantada em 2009, a Série D tem uma curiosidade nos seus dois anos de existência: ao contrário das outras divisões, nela o predomínio são dos clubes do Norte e Nordeste do País.
Em seu primeiro ano, o time campeão foi o São Raimundo do Pará, tendo o Macaé, do Rio de Janeiro, com vice. No ano passado, de triste recordação para o torcedor amazonense que chegou a comemorar o acesso do América e sua vice-colocação, mas acabou vendo o sonho do acesso ir por água abaixo por culpa de erros administrativos do time do Parque 10, o campeão foi o cearense Guarani de Sobral, com o carioca Madureira na segunda colocação.
Para colocar os torcedores dos dois Leões a par de como é a Série D, o CRAQUE esmiuçou o regulamento da competição com o intuito de explicar como funciona a divisão que causa vergonha a torcedores de clubes famosos como Santa Cruz (PE) e Remo (PA), mas que é o sonho de consumo de todos os times do Amazonas.
A escalada rumo ao acesso é longa, porém, o América mostrou dentro de campo no ano passado que é possível. Mas ao mesmo tempo deixou uma lição que jamais poderá ser esquecida, a de que o D, que representa a divisão da competição, pode ter vários significados. Eles podem variar do “D” de Difícil para o “D” Deleite e no fim se transformar em “D” Desilusão. Boa sorte aos dois Leões, e que, ao fim da competição, esse “D” seja um “D” de diferencial para a história do futebol amazonense.
Como é a Série D?
O regulamento da Quarta Divisão do futebol brasileiros é uma mistura de Copa do Mundo com Copa do Brasil. Assim como o maior evento esportivo do mundo, a primeira fase é composta por oito grupos. Só que no lugar de quatro equipes, estes grupos possuem cinco. Eles jogam em turno e returno. Como o número de equipe de cada grupo é impar, a cada rodada um time folga. Desta forma, cada clube faz oito jogos na primeira fase, metade em casa e metade fora. Ao final das dez rodadas, os dois melhores times de cada um dos oito grupos avançam para a segunda fase que será disputado em mata-mata - em jogos de ida e volta. Ou seja, apenas 16 dos 40 times sobrevivem para disputar as oitavas de final. Depois, oito jogarão a vida nas quartas de final para chegar a semifinal. Os quatro semifinalistas já poderão comemorar o acesso.
Critério de classificação para a Segunda Fase
Se duas ou mais equipes terminarem a primeira fase empatadas com o mesmo número de pontos, leva vantagem a que tiver o maior número de vitórias. Se a igualdade persistir, avança o time com maior saldo de gols. Caso a paridade entre os clubes prosseguir, o de melhor ataque segue vivo. O quarto critério de desempate - que só vale se a disputa for restrita entre duas equipes - é o confronto direto. O quinto critério para saber quem vai para a fase mata-mata e quem encerra a participação na fase de grupos é o menor número de cartões vermelhos recebidos, o sexto é o menor número de cartões amarelos obtidos e, se mesmo assim a igualdade entre estes times permanecer, o “martelo” será batido pela sorte do sorteio.
Oitavas de final, quartas de final, semifinal e final.
O melhor colocado de um determinado grupo pega o segundo do outro e duas partidas, o time que tiver obtido a melhor campanha na primeira fase leva vantagem de decidir o confronto em casa. O gol fora tem peso dobrado, como é na Copa do Brasil. Se ao fim dos 180 minutos ninguém levar vantagem, a classificação será decidida nos pênaltis.
Um vai subir
Se os dois times amazonenses avançarem na primeira fase e nas oitavas de final, eles se enfrentarão no momento chave da competição: as quartas de final, onde lutarão por uma vaga na semifinal que dá direito ao sonho acesso de divisão. Portanto, na melhor das hipóteses, apenas um dos dois times amazonenses pode conseguir o acesso. Isso, é claro, se eles chegarem à essa fase do torneio. O CRAQUE fica na torcida.
AGENDA DE JOGOS DO PENAROL
1ª Rodada - Penarol x Cuiabá-MT, dia 17 de julho, no Floro de Mendonça, às 15h.
2ª - Rodada - Folga
3ª - Rodada - Nacional x Penarol, dia 30, no SESI, às 15h30.
4ª - Rodada - Representante de Rondônia x Penarol, data, estádio e horário a definir.
5ª - Rodada - Penarol x Plácido de Castro-AC, dia 14 de agosto, no Floro de Mendonça, às 15h.
6ª - Rodada - Penarol x Representante de Rondônia, dia 21 de agosto, no Floro de Mendonça, às 15h.
7ª - Rodada - Plácido de Castro-AC x Penarol, data, estádio e horário a definir.
8ª - Rodada - Penarol x Nacional, dia 4 de setembro, no Floro de Mendonça, às 15h.
9ª- Rodada - Folga
10ª - Rodada - Cuiabá x Penarol, dia 18 de setembro, no estádio Eurico Gaspar Dutra, em Cuiabá, às 15h.
AGENDA DE JOGOS DO NACIONAL
1ª Rodada - Nacional x Representante de Rondônia, dia 16 de julho, no SESI, às 15h30.
2ª Rodada - Cuiabá x Nacional, dia 24 de julho, no estádio Eurico Gaspar Dutra, em Cuiabá, às 16h.
3ª - Rodada - Nacional x Penarol, dia 30, no SESI, às 15h30.
4ª - Rodada - Plácido de Castro-AC x Nacional, data, estádio e horário a definir.
5ª - Rodada - Folga.
6ª - Rodada - Nacional x Plácido de Castro-AC, dia 20 de agosto, no SESI, às 15h30.
7ª - Rodada - Folga.
8ª - Rodada - Penarol x Nacional, dia 4 de setembro, em Itacoatiara, às 15h.
9ª- Rodada - Nacional x Cuiabá, dia 10 de setembro, no SESI, às 15h30.
10ª - Rodada - Representante de Rondônia x Nacional, data, estádio e horário a definir.
Fonte: A Crítica