Estadual desse ano apresenta nova geração de jogadores

terça-feira, 24 de janeiro de 2012 Comments

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Campeonato Amazonense terá média de idade de 24 anos, impulsionado pela última edição da Segundinha, que teve limite de idade, e visava revelar novos talentos.

BRUNO TADEU – D24AM.COM - Apostar em jogadores das divisões de base foi uma alternativa pouco utilizada pelos clubes amazonenses nos últimos 15 anos. Praticamente sem recursos financeiros, as equipes costumavam optar por atletas de outros Estados sem muito valor no mercado e de baixo nível técnico. Este ano, a escolha pelos jovens revelados em Manaus parece finalmente deixar o âmbito das promessas para virar uma aposta certa. Com média de idade de 24 anos, o Campeonato Amazonense deste ano deve revelar uma nova geração.

A opção por esses novos jogadores surgiu com a Série B do Estadual de 2011. Os clubes foram obrigados a limitar a idade máxima a 23 anos. É o caso do Holanda, que possui elenco com média de idade de 22 anos, a menor do Estadual deste ano, que começa no dia 28 deste mês.

Sem vícios

O técnico da Laranja, Alberto Silva, revela que a decisão se deu pela necessidade do clube de estabelecer uma base. “Não vamos trazer jogadores mais velhos, pois eles têm muitos vícios e às vezes trazem problemas. Os novatos querem vencer na vida, têm essa diferença. A dificuldade será entrosar o time e condicionar os jogadores até o início do campeonato”, explicou o ex-jogador.

Alberto informou que o grupo é composto por pelo menos cinco atletas do time de juniores e outros revelados em Rio Preto da Eva (a 57 quilômetros a nordeste de Manaus). No município, o clube irá mandar seus jogos no Estádio Francisco Garcia. Dentro de campo, o volante Alessandro deve ser o elo entre a equipe e o treinador. Com 27 anos, ele é o jogador mais velho do time.

Situação semelhante vive o Iranduba, que também manteve a base da Segundinha. A equipe ainda está em formação e até o início do Estadual deve ter somente 18 atletas. O técnico Graciliano Vilaça estima que a média de idade do time seja de 20 anos, número que pode sofrer mudanças consideráveis até o início dos jogos. Dos que já compõem o elenco, o goleiro Deney e o meia Coelhinho, jovens que atuaram no Rio Negro em 2010, são os mais conhecidos.

O CDC Manicoré, outro que esteve na Série B, vai contar com alguns reforços experientes, mas também irá manter a base. A média de idade é de 24 anos. Já o Operário permanecerá com praticamente o mesmo grupo que disputou o Amazonense de 2011, mesclando jogadores mais rodados, como o atacante Bazinho, e outros recém-promovidos da base, caso do atacante Romarinho, de 18 anos. A média de idade no Sapão é de 25 anos.

O outro representante de Manacapuru (68 quilômetros a oeste de Manaus), o Princesa do Solimões possui a mesma média de idade do rival, de acordo com a estimativa do técnico Aderbal Lana. Entre eles, está o atacante Renato, destaque do Operário no ano passado e opção do Penarol na disputa da última Série D do Brasileirão. Com 22 anos, ele é um dos jovens valores do último Estadual que permaneceu no Amazonas.

Tufão recorre a meninos prodígios

Entre os times mais tradicionais, o São Raimundo é um dos que mais vai apostar nos meninos prodígios. Com um elenco totalmente reformulado, o time cheio de veteranos e com frequentes problemas de contusão do ano passado, agora dá lugar a um plantel de jovens revelados em 2011. A média de idade é de 24 anos. Nailson Oliveira (foto), o Bolacha, de 17 anos, é uma das jovens promessas do São Raimundo para o Estadual. Revelado pelo clube, o atacante Raí, 22, permaneceu no Tufão, que também trouxe o lateral direito Grow, de apenas 20 anos e destaque do Rio Negro em 2011.

O Galo da Praça da Saudade, por outro lado, manteve parte da base que livrou o time do rebaixamento à Segudinha na penultima rodada do Estadual anterior. Exceção é o jovem meia Delciney, revelado pelo rival Nacional, e o zagueiro Ray Manaus, que surgiu no próprio Rio Negro no início da década passada e estava no futebol acreano. Segundo calculo do técnico Iane Flores, o elenco atual tem média de idade de 26 anos.

Dos três primeiros colocados do último Campeonato Amazonense, o Nacional é o que tem o grupo de jogadores mais jovem. Com uma média de 24 anos, o time tem diversos atletas recém-promovidos das divisões de base como o volante Tiago Amazonense, o lateral direito Dieguinho, o goleiro Jonatham e o atacante Carlos Daniel. Para dar um toque de experiência ao grupo, o atacante Garanha, de 34 anos, voltou para o Leão da Vila Municipal.

Penarol e Fast foram os que mais contrataram jogadores que devem estrear no futebol do Amazonas. O Fast tem um elenco com média de idade de 26 anos. Apesar de contar com vários remanescentes, o Rolo Compressor contratou cinco jogadores que nunca disputaram o Amazonense. Representando a nova geração no time, o meia Kelvin, 20, tem contrato até 2016. Ele é uma das apostas do Rolo Compressor para conquistar título que não consegue há 40 anos.

Penarol tem elenco mais veterano

Em Itacoatiara (a 176 quilômetros a leste de Manaus), o Penarol prepara seu elenco de diferentes formas. O atual bicampeão amazonense manteve seus principais jogadores da temporada anterior, contratou reforços de Tocantins e Mato Grosso e promoveu das divisões de base o atacante Yan, de 17 anos, que é natural do próprio município. As movimentações renderam ao Penarol o título de equipe mais experiente do Estado, com média de idade de 28 anos.

Foi com esse parâmetro de jogador que o Leão da Velha Serpa conquistou o bicampeonato estadual ano passado. A diretoria do clube preferiu aposta em jogadores mais experientes também em função da disputa da Copa do Brasil e Serie D do Campeonato Brasileiro. A decisão de manter a base do elenco também foi motivada pelo apoio da torcida, que já está identificada com os jogadores.

Mantendo suas promessas e promovendo talentos da base, os clubes amazonenses finalmente chegaram a conclusão de que a valorização de seus jovens atletas é o melhor caminho para recontruir o futebol no Estado, na decadencia há anos. Na pior das hipóteses, os clubes evitam pagar altos salários para jogadores importados, que são limitados técnicamente e, em muitos casos, rejeitados em suas regiões de origem.

Fonte: http://www.d24am.com/esportes/futebol/estadual-exibira-nova-geracao-de-jogadores-do-amazonas/48033

 

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